Por Bruno Faria
São Paulo, dia 12/12/2012, quarta-feira. Um estádio lotado de são paulinos em festa após a conquista de mais um título internacional. 60 mil pessoas que se renderam à entrega e ao talento de um garoto que estava de saída, mas queria vencer no seu clube de coração para ser lembrado e marcar seu nome na história.
Nove meses depois, Lucas ainda busca sua afirmação. Não só no futebol europeu e na Seleção Brasileira, como no esporte bretão em sí. Digo isso por não me conformar com um talento sendo jogado fora. Como é possível, que o menino que surgiu tão bem, ainda como Marcelinho, e que foi vendido por tanta grana simplesmente seja deixado de lado?
Há algumas semanas atrás me ocorreu que Lucas pode se tornar uma espécie de novo Denilson. Ambos foram formados nas categorias de base do São Paulo, jogaram muito, mas muito mesmo no Morumbi e foram as maiores transferências do futebol brasileiro em suas épocas.
Denílson aliás, saiu do São Paulo em circunstâncias muito semelhantes às de Lucas. Em 10 de maio de 1998, o São Paulo ganhou de maneira memorável o Campeonato Paulista daquele ano. Todos já sabiam que Denílson estava vendido ao Bétis. Ele jogou a final. Driblou, tocou, brigou. Na comemoração, se emocionou, chorou e prometeu voltar. Idêntico, não acham?
E o quê aconteceu com Denilson? Passou pelo Bétis, time modesto da Espanha, onde foi bem, e disputou a Copa do Mundo de 2002. Depois disso rodou por diversos clubes, chegando até ao absurdo de disputar o Vietnamitão (sei lá como se escreve esse nacionalidade). Nunca chegou a brilhar como dele se esperava. E Lucas está indo para o mesmo caminho.
Já são nove meses no PSG. Nenhum gol marcado. Como se não bastasse, Lucas não conseguiu repetir na cidade luz nem metade do talento que mostrou em São Paulo. Seu protetor Leonardo saiu do clube e o sheik que é dono da bufunfa lá trouxe Cavani. Conclusão: Banco de reservas.
Na Seleção Brasileira, o caso ainda é mais grave. Além de ser o eterno reserva de Hulk, Lucas sofreu com a ascenção meteórica de Bernard. O ex-jogador do Galo vem de uma temporada magnífica, o que está agradando em cheio Felipão, que chegou a dizer que o menino tem “alegria nas pernas”.
Fica aqui a um apelo a quem cuida da carreira de Lucas: Revejam seus métodos. O PSG não está me parecendo um bom lugar para ele mostrar seu valor. Não duvido nada que ele fique de fora da Copa do Mundo se continuar desse jeito.
